domingo, maio 15, 2011

Vox veritatis

thiagO nardOto

Vozes soam por todos os lados, muitas vozes.
Alguém chama, olho para a direita, mas ao girar ouço claramente outro chamado, um zumbido! Enquanto ando pela reta de uma rua ouço murmúrios e lamentações, vejo convites atraentes... fico confuso, fico perdido!
Perco o rumo diante de sons, ruídos, vozes querendo me mostrar o caminho, são sinos que badalam, são buzinas frenéticas, são melodias entorpecedoras... Acabo indo pelas bifurcações da cidade em busca de silêncio, em busca dela!

Esses turbilhões que bramam no ar, se oferecem como solução e alegria, são atraentes, mas não são concisas e muito menos coerentes. Decido seguir um canto cadenciado penso que ele poderá me guiar no meio desta turba sonora e deste caminho tão distante.


Entrego-me de forma determinada, sigo-o pelos vales e montanhas, planaltos e planícies, guetos e becos. Cegamente me perco chego à conclusão que esta é mais uma voz, no meio de tantas outras, nem sempre a nossa perfeição é perfeita!


Sentado no meio fio percebo que esta voz guia não fez diferença alguma na minha vida, fui usado já que elas competem entre si para ser guia de alguns ouvidos. Fui enganado! Como um marinheiro que segue a lírica e doce voz de uma sereia, corri atrás deste som entorpecedor;
Decepcionado por não ter encontrado a plenitude sigo procurando aquilo que dará sentido a existência, o som dos céus!  


O gavião ataca a sua presa, as abelhas defendem sua colméia e os gafanhotos devoram qualquer plantação... Estou eu no meio de tantas vozes que me cercam.
Não posso desistir preciso achar o bramido real. Cheguei à conclusão de que quando encontra-lo eu vou me encontrar e aí andarei pelas ruas e poderei ser aquilo para o qual eu fui chamado.
Continuo minha caminhada. Como no meio de uma turba sonora vou identificar a melodia real? Qual o diferencial? 


Um dia me disseram que o fruto não é só ele mesmo. O fruto, as folhas, os galhos, o tronco, as raízes... Tudo isso junto chama-se árvore!


Talvez a voz da verdade não esteja tão fragmentada e abstraída como um fruto qualquer em uma prateleira de supermercado será que a essência, a profundidade, o todo precisa ser intuitivamente compreendido em cada nuance do seu som para ser descoberto?


Não posso mais ficar perdido e desorientado com esta guerrilha sonora, quero seguir a melodia que me leve à plenitude. Preciso me munir dos acordes certos, caso contrário à sinfonia não será melódica! Cada nota em sua função, mas o desarranjo é a direção da vida!


Não desisto! Seguirei o caminho garimpando este mundo sonoro. Quero ouvir a voz que cura e não a que adoece, a voz que liberta e não a que aliena, a voz que ampara e não  a que abandona! Deixo os gritos de desesperos que geram medo e lágrimas de pavor de lado, eles intimidam. O velhinho da esquina me disse: “nestes dias de vida meu filho nem sempre a melodia perfeita é a voz verdadeira”.


(...) olho ao meu redor respiro fundo e tomo coragem começo a minha caminhada livre para ser aquilo para o qual eu fui chamado a ser!

Um comentário:

  1. Ah, essa voz que transmite paz, alegria, voz que preenche os vazios da nossa alma. Somente em Cristo posso encontrar... FALA CONOSCO SENHOR, e dissipa então os zumbidos, murmúrios e lamentações!

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