O Mundo é um Moinho

thiagO nardOto




Hoje a noite Cartola me incomodou, 

suas músicas tão metafóricas me encantam, 

Quando ouço Cartola, Elis, Cazuza, Caetano... a ficção toma conta da minha mente, segue abaixo.

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A cerveja já não estava tão gelada assim.

O cigarro já se tornara guimba.

Enquanto aquela juvenil cantava.

Do canto do bar, Cherry olhava.

A candura e a inocência,

A pureza saltava do corpo em formação,

Que aspirante a linda mulher!

Cherry não tirava os olhos...

De repente, os olhos de Cherry já não estavam mais ali.

Cherry foi transportada aos seus quatorze anos,

Lembrava-se do dia em que saiu de casa por conta própria (ou necessidade?)

Imaginava como se Cartola cantasse para ela:

“Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar”

Mas, ninguém cantou!

Cherry acendeu outro cigarro,

Encheu o copo novamente,

Puxou a meia calça...

Em um só gole, fechou a conta.

Cherry se foi... E agora?

Ninguém percebeu!

E a menina?

Ah Cherry!

Seus cabelos brancos te provaram que o mundo é um moinho...

Não irás lamentar?

Como disse o poeta:

“de cada amor tu herdou somente o cinismo”

Nada tens! Mas todos te tiveram!

Na porta daquele bar,

Cherry olhou para trás

Contemplou novamente aquele rebento

Linda menina, doce guria!

A cada noite vai um pouco a sua vida.

Nada fez!

Ah cartola,

Cherry viu o abismo que cavou com os próprios pés!

Nem Cherry, nem Cartola...

Ninguém...

A menina continua lá!