quinta-feira, junho 09, 2011

No princípio eram rosas...


thiago nardOto


Realmente as rosas já não são mais as mesmas... 

Ou será que elas já não fazem parte dos dias como antigamente?
Mas não me importo o que posso fazer?
Um dia no princípio eram rosas... 
Não foi o poeta que disse:

"que bobagem as rosas não falam...
as rosas simplesmente exalam o perfume que roubou de ti"

A rosas, 
tão ternas,
Que o seu perfume transcenda a sedução
e a saudade;


Afinal, o que restou das rosas do início além do perfume, do seu aroma?


A beleza daqueles dias se perderam, não conseguimos mais ver... a contemplação se foi...
Há quem diga: onde está o encanto?

Mas diante deste caos, desta ausência, rogamos...
... em preces elevamos a oferenda!
E como se chegássemos às encruzilhadas e às matas virgens, 
... Consultando a lua e os astros... suplicamos a beleza de outros tempos!
Compramos a divindade com gorduras e cereais...
Sacrifícios tolos!

A beleza não voltará!

Da fúria dos deuses ouvimos sempre o mesmo som...
A beleza agora é diferente, não se vê com os olhos...
Apenas se sente!
Não se tem a beleza, a beleza é!
Será que alguém entende?

Tragam-nos as rosas,
O Abscôndito revelou o segredo!
O Jardineiro podou as rosas,
Crescem botões, mas a beleza está oculta... nada se vê! 
Mas tudo se sente!

O perfume sempre em mente e o desejo, o pulsar de transformar aqueles sonhos vividos outrora em uma nova roupagem. O que já passou agora é novidade!


"E que a alegria de ontem" 
profetizou um vidente:
 "suba os degraus dos sentidos: 
do cheiro ao sabor, do sabor ao ouvir, 
e ouvindo, toque! no toque, veja! "
E em tom proléptico profetiza: 
"Que voltem as rosas... que vejamos a felicidade"

Vendo a boa intenção do vidente, o cético silenciou-se 
...............................................................
Ele sabia que as rosas não seriam contempladas como antigamente!
"De que serve os fetiches e oferendas, 
a profecia está corrompida 
e essa vidência promissora que silencia todo o povo, 
não é abstraída da verdade. 
Só servem para aqueles ingênuos/imprudentes... 
Não há quem julgue, nem mesmo o Abscôndito!"

Mesmo vendo a tola ingenuidade dos místicos desequilibrados, o cético pegou seus livros, encheu a xícara de café, cruzou as pernas e continuou a especular as possibilidades! Nada fez.

"Sem rosas não há espinhos" disse o vento...
"mas também não há perfume" disse o necessitado.

"Ah... como elas são necessárias", disse alguém.
Essa voz amplificada nunca foi ouvida entre os arautos.
Mas com firmeza e simplicidade disse:

 "Sem o encanto do dualismo das rosas vivemos a rastejar por sentido...
criamos e inventamos... 

dançamos a dança da alienação
 enquanto a maldade toma formas tão comuns e aceitáveis... 
nem percebemos... 
mas, haveria esperança?
Se o jardineiro adubar a terra, plantar as mudas e regá-las... 
nasceriam rosas como antigamente?
Rosas vivas, Rosas mágicas, Rosas que falam?
Sinceramente? 
Não sei!

SÓ TEMOS O PERFUME!


Mas tenho certeza de que o Jardineiro daria um novo sentido para aquele canteiro
e a alegria seria nova, 
e o novo seria belo, 
e o belo perfumado...
o perfume um sorriso!
 num sonho,
não realizado! 
Mas na consciência da esperança de que dias melhores virão... 
E quem sabe as rosas falem novamente!"






2 comentários:

  1. A eterna mística das rosas...símbolo da perfeição divina, a graciosa entre todas as flores.
    Interessante o "encanto do dualismo". Isto dá uma tese! ;)

    ResponderExcluir
  2. 'Rosa Amarela da Amizade'
    (Elisa Maria Gasparini Torres)


    "Rosa amarela,
    representas a amizade,
    no teu botão
    orvalhos de lealdade.
    No teu abrir
    apoio e carinho."

    ResponderExcluir